A Vice-Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, IP (CCDR Alentejo, IP), Carmen Carvalheira, participou no IX FORO CORREDOR SUDOESTE IBÉRICO, que teve lugar no dia 16 de outubro de 2025, no Auditório Castellana 33, em Madrid.
O evento, promovido pela plataforma empresarial luso-espanhola Sudoeste Ibérico en Red, reuniu representantes institucionais, empresariais e académicos de Portugal e de Espanha, com o objetivo de reforçar a cooperação transfronteiriça e acelerar a concretização das ligações ferroviárias de alta velocidade e mercadorias entre Madrid e Lisboa/Sines, integradas no Corredor Atlântico da Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T).
Durante o fórum, foi sublinhada a necessidade urgente de impulsionar uma ligação direta entre Madrid e Lisboa já em 2026, de acelerar as melhorias das infraestruturas atualmente programadas, bem como de aprovar o traçado da Linha de Alta Velocidade e a respetiva Declaração de Impacte Ambiental na província de Toledo, e de garantir a eletrificação total das vias até 2028.
Durante a sua intervenção, Carmen Carvalheira destacou a importância estratégica deste projeto para o futuro do Alentejo, sublinhando que “iniciámos a revisão do Plano Regional do Ordenamento do Território do Alentejo (PROT Alentejo), considerando que o corredor vai acontecer brevemente”.
Dando exemplos concretos, referiu que “demorei cinco horas de carro para estar aqui hoje e terei de fazer outras cinco para regressar. Se optasse pelo avião, teria de ir a Lisboa. Imaginem o que significaria em termos de sustentabilidade poder apanhar um comboio em Évora e chegar diretamente a Madrid”. Sublinhou ainda que “o mesmo se aplica a toda a região. Este corredor atravessa todo o Alentejo, uma região com inúmeras potencialidades, e clusters fundamentais como a aeronáutica, as energias ou os minerais, setores que vão depender da existência deste corredor ferroviário para o seu desenvolvimento”.
Carmen Carvalheira adiantou que “na revisão do PROT Alentejo, todas as centralidades das grandes cidades da região vão alterar-se profundamente, até porque foi decidido que a localização do novo aeroporto será junto a esta linha ferroviária. Percebe-se bem o potencial que toda esta situação representa para o Alentejo, principalmente quando este contexto estará ligado à principal porta de entrada na Europa — o porto de Sines”.
A Vice-Presidente concluiu afirmando que “a região Alentejo será completamente diferente quando este corredor estiver terminado. Este é um investimento estruturante, que transformará não só o território alentejano, mas também o país”.
O IX FORO CORREDOR SUDOESTE IBÉRICO decorreu num contexto europeu decisivo, marcado pela entrada em vigor do novo regulamento da RTE-T, que determina a conclusão da rede básica até 2030 e reforça a governação e o acompanhamento das infraestruturas através de Atos de Execução (Implementing Acts), assegurando uma maior coerência nas prioridades e investimentos europeus.